Olho
para trás e vejo aquela menina que queria entender tudo, com medo de que não
coubesse tamanha quantidade de informação dentro de si.
Coube e ainda cabe. E quanto mais entra, mais
sobra espaço para a dúvida.
Compreendo
hoje que nunca entenderei a morte, os sonhos, a sensação de dejá-vu e as
premonições.
Nunca
entenderei por que temos empatia com uma pessoa e nenhuma com outra. Não
entendo como o mar não cansa, nem o sol.
Não
compreendo a maldade, ainda que a bondade excessiva também me bote medo.
Martha
Medeiros
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