Eu gostaria de saber
onde está a origem da nossa insatisfação. Buscamos grandes coisas, esperamos
grandes coisas, aquelas que possam fazer com que nosso dia fuja do
extraordinário. Viver
nunca nos parece suficiente, esperamos sempre mais e quanto mais temos, mais
desejamos. Olhamos as pessoas à nossa volta, cremos que são felizes, achamos
que a vida parece bem mais simples pra elas, que o melhor sempre vem para os
outros. Não nos basta ter uma
terra prometida, queremos que seja a mais vistosa de todas. Mas nenhum castelo
será bonito o suficiente para nos satisfazer, se não aprendermos a nos bastar
com pouco que recebemos da vida. Ansiamos
por grandes chuvas e nos esquecemos de nos contentar com o sereno da madrugada,
suave e refrescante. Há bênçãos que
tardam a vir e não compreendemos o porquê. Enquanto isso, ao invés de
aproveitar as gotículas que recebemos a cada dia, nos perdeu em murmurações. É muito mais fácil reclamar do que não
temos do que reconhecer que o que possuímos são tesouros em pequenas e diversas
pedras que se incrustam no nosso dia-a-dia: a saúde, os filhos, os amigos, um
abrigo, o fato de termos o que comer vestir e ainda, como coroa, esse imenso
quadro da natureza que o Senhor pintou e deu vida para nosso deleite. Viver do contentamento de ser o que somos de ter o que
temos é agradar ao coração de Jesus, que nada possuía quando veio, mas nem por
isso era menos rei. Somos o que somos e o
Senhor nos dá o bastante para nossa felicidade. Ansiar por mais é fechar as
portas aos pedacinhos de bem-viver com os quais o Ele nos presenteia.
Letícia Thompson
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