Como o barro é
para o oleiro, assim nós somos para o amor. Ele nos modela, a todo instante,
para que a idéia se transforme na obra que potencialmente somos. Trabalha em
silêncio, enquanto giramos no torno da vida. As circunstâncias que
experimentamos não são outra coisa senão os movimentos das mãos do amor em nós.
Incluindo. Retirando excessos. Burilando. Levando-nos a fornos de temperaturas
altíssimas. Esmaltando-nos, com cuidado artístico. Devolvendo-nos a fornos
ainda mais quentes para podermos cintilar depois. Para nos tornarmos os belos
recipientes capazes de contê-lo e fazê-lo expandir.
Ana Jácomo
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