Aquela moça era amante do céu. Encantava-se com toda aquela
imensidão e intensidade. Para ela, as nuvens eram feitas de algodão recheado de
açúcar, a lua era uma imensa bola de queijo suíço e as estrelas, ah, estas eram
suas preferidas, pra ela eram como anjos tentando iluminá-la. Ficava
boquiaberta ao olhar para a candura daqueles pontinhos brilhantes. Achava que
eram pisca-piscas sublimes. Toda noite, cantarolava aos céus, e todos os anjos,
deuses e criaturas celestes se arrepiavam com a beleza de seu canto. Eram como
notas de amor levitando e dançando aos ares, atravessando as nuvens, se
misturando ao azul e retornando à terra em forma de garoa. Garoa esta que a
fazia dançar em meio à rua, pés descalços e vestido molhado, braços abertos
para tentar absorver cada gota de felicidade que caia do seu tão amado céu. E
era feliz assim, apaixonada pelo azul e pela imensidão. Era um anjo esquecido
na terra, quem diria que não era? Ela só não sabia disso.
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