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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Jogo a minha rede no mar da vida


 Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes,
quando a recolho, descubro que ela retorna vazia.
Não há como não me entristecer e não há como desistir.
Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam,
por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena.
O coração respingado, arrumo, como posso, os meus sentimentos.
Passo a limpo os meus sonhos.
Ajeito, da melhor forma que sei a força que me move.
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias,
sou corajosa o bastante pra não me acostumar com essa ideia.
Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes.
Perseverança não é somente acreditar na própria rede.
Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom,
mas amanhã será outro mar...
e eu estarei lá na beira da praia de novo.

 Ana Jácomo 


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