João trabalhava em uma empresa há muitos anos.
Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já
com seus 20 anos de casa.
Um belo dia, ele procura o dono da empresa para
fazer uma reclamação:
– Patrão tenho trabalhado durante estes 20 anos em
sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. O Juca,
que está conosco há somente três anos, está ganhando mais do que eu e foi
promovido para um cargo superior ao meu.
– João, foi muito bom você vir aqui. Antes de
tocarmos neste assunto, tenho um problema para resolver e gostaria de sua
ajuda. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço.
Aqui na esquina tem uma quitanda. Por favor, vá até lá e verifique se eles têm
abacaxi.
A contra gosto e até um tanto indignado pelo
estranho pedido, o funcionário foi e voltou quase uma hora depois, pois havia
aproveitado para fumar, tomar café na padaria da esquina e conversar com
conhecidos que passavam.
Retornou e foi à sala do patrão:
– E aí João?
– Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem
abacaxi.
– E quanto custa?
– Isso eu não perguntei, não.
– Eles têm quantidade suficiente para atender a
todos os funcionários?
– Isso também eu não perguntei.
– Há alguma outra fruta que possa substituir o
abacaxi?
– Não sei, não…
– Muito bem, João. Sente-se nesta cadeira e
aguarde um pouco.
O patrão pegou o telefone e mandou chamar Juca.
Deu a ele a mesma orientação que dera a João:
– Juca, estou querendo dar frutas como sobremesa
ao nosso pessoal após o almoço. Aqui na esquina tem uma quitanda. Vá até lá e
verifique se eles têm abacaxi, por favor.
Juca partiu para cumprir a missão e, em oito
minutos, voltou.
– E então? Indagou o patrão.
– Eles têm abacaxi, sim, e em quantidade
suficiente para o nosso pessoal. Se o senhor preferir tem também laranja,
banana e mamão. O abacaxi custa R$1,50 cada, a banana e o mamão são R$1,00 o
quilo, e a laranja R$20,00 o cento. Mas como eu disse que a compra seria
grande, eles me deram 15% de desconto. Aí, aproveitei e já deixei reservado.
Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo – explicou Juca.
Agradecendo as informações o patrão dispensou-o.
Voltou-se para João que permanecia sentado ali e perguntou-lhe:
– João, o que era mesmo que você estava me
dizendo?
– Nada sério não, patrão. Esqueça. Com licença.
E João deixou a sala.
Moral da história:
Hoje, se quisermos ir mais longe, não podemos nos
acomodar.
Não se acomode. Tenha paixão! Agarre toda a tarefa
com unhas e dentes e faça o melhor possível. Não esqueça: não há tarefa chata;
chato é não ter tarefas.
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