A rosa não se apaixonou pelo cravo.
Ela se apaixonou pelo cacto. Compreendia seus espinhos.
A rosa, toda boba, acha-se forte e protegida com seus meros
espinhos. O cacto riu da sua pose de durona ao ver toda sua senilidade e
delicadeza. Era uma pobre flor indefesa a rosa. Não tinha coragem de machucar
uma formiga que fosse o que tornava fácil demais contornar seus poucos espinhos
para aproveitar do seu perfume. E a rosa, por sua vez, riu-se do cacto, que com
todos aqueles seus espinhos, achava que podia esconder-se da dor.
O cacto não se achava capaz de se apaixonar. Conhecera muita
maldade e traição em seu caminho árido, por isso exibia seus espinhos,
imponente, para que ninguém pudesse se aproximar e se aproveitar dele. Mas a
rosa, teimosa que só ela, aguentou firme cada farpada. Com seus espinhos a
principio tentou em vão se defender. O cacto expunha sua fragilidade, e a rosa
ficava corada de raiva. E foi não só por sua coragem, mas por sua delicadeza
que enfim o cacto se rendeu. E ele, que por tanto tempo seu único temor era de
ser ferido, agora só temia machucar a frágil rosa. Ela não merecia. Merecia
alguém que a protegesse, então ele a protegeu de si mesmo. Mas ao ver a rosa
chorar, pela primeira vez chorou também, e soube que não podia mais dela se
afastar.
Seguiram então, com seu romance cheio de farpadas e muitas,
mas muitas alegrias. Compreenderam enfim, que é possível contornar qualquer
espinho, quando a necessidade de se estar junto, é maior do que a de estar
protegido de tudo.
Quanta beleza. Uma lição e tanto... Um grande abraço!!!
ResponderExcluirMuito interessante essa historia. Te desejo uma noite maravilhosa. bjss
ResponderExcluirOlá, gostaria de acrescentar que o texto não é de autoria desconhecida, o texto é meu e o original pode ser visto neste link do meu blog:
ResponderExcluirhttp://pfrasco.blogspot.com.br/2012/12/o-cactos-e-rosa.html
Agradeço muito se puder atualizar seu post de acordo!
Marília de Azevedo